“Minha esperança é que, como indivíduos, como grupos, como sociedades, possamos parar e refletir sobre a condição humana na virada do milênio. Mais do que nunca, sinto que a espécie humana é uma só. Há diferenças de cor, de idioma, de cultura e de oportunidades, mas os sentimentos e as reações das pessoas se parecem muito. Talvez nossa reflexão deva começar por aí. Temos a chave do futuro da humanidade, mas para poder usá-la temos de compreender o presente. Estas fotografias mostram parte desse presente. Não podemos nos permitir desviar os olhos.”
(Sebastião Salgado; trechos de Êxodos)
A Fundação Municipal de Cultura inaugura no dia 28 a exposição “Sebastião Salgado: fotografia comprometida”, uma mostra itinerante que já passou por três Centros Culturais da FMC e agora chega ao Centro Cultural Lagoa do Nado. A exposição conta com dez imagens do famoso fotógrafo mineiro, conhecido por sua maneira única de retratar o cotidiano dos povos excluídos.
A Exposição do Sebastião Salgado estará no CCLN, do dia 28/03 a 14/04, no Espaço Multimeios “Mestre Orlando”, que funciona de terça a domingo, de 10h às 17h.
Sobre a exposição e fotografo:
As fotos que compõe a presente exposição fazem parte de três diferentes livros: Trabalhadores (1996), Terra (1997) e Êxodos (2000). Elas contam, de certo modo, a história dos tempos atuais; o foco é o ser humano, na relação consigo, com os outros e com os locais que habita ou de/para onde se desloca. Contemplam, assim, culturas diversas; são fios para tecer o tecido da memória, numa perspectiva humanística.
Sebastião Salgado, mineiro de Aimorés, radicado atualmente na França, é um fotógrafo renomado, respeitado pelo seu trabalho jornalístico e artístico. Sua obra impactante e engajada procura dar visibilidade às situações extremas nas quais vivem parte da população mundial, comprometendo-se em observar a condição humana, independentemente do contexto, lugar ou época. Essa fotografia humanista tem causado admiração, e também gerado polêmica; especula-se que as imagens de Salgado, fruto de grande sensibilidade estética, promovem justamente uma estetização da miséria, e quais seriam as implicações éticas disso. Polêmicas a parte, é inquestionável a importância e a qualidade do trabalho por ele desenvolvido.